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Entrevista para RFI | Rádio França Internacional

De passagem por Paris, artista brasileiro Alberto Pereira defende a arte “disponível para todo mundo”


Por Maria Paula Carvalho

Alberto Pereira é um artista visual, mas também um comunicador social como ele mesmo se apresenta. Especializado em colagens e arte de rua, o designer gráfico está de passagem pela Europa, onde fez trabalhos em Barcelona, na Espanha, e Montpellier, na França, antes de vir a Paris, onde conversou com a RFI Brasil.



Nascido no Rio de Janeiro, ele cresceu entre Niterói, Rio, Brasília e Angra dos Reis. Suas obras têm como foco a crítica social, as questões de classe e o racismo. “Uma vez que os trabalhos ficam na rua, não tem como não ser um reflexo da sociedade e falar de questões como racismo e diferenças de classe. São observações do mundo em que vivemos”, afirma.


Sua pesquisa artística se baseia na colagem e na semiótica, em composições digitais, trocadilhos e lambe-lambe, pôsteres artísticos, colados em lugares urbanos, inspirados nos fotógrafos ambulantes. “No Brasil, a gente usa esse nome de lambe-lambe porque você passa uma cola na parede e no verso do papel. O lambe-lambe nada mais é do que o cartaz de rua, que aqui na Europa é conhecido por colagem, mas que tem um valor artístico”, explica.

“Muitas vezes não são autorizados. Mas algumas cidades têm espaços determinados para arte urbana, ou arte pública, como eu chamo”, completa.


“É uma disputa de direito à cidade. Quando a gente passa na rua, não escolhe ver a propaganda que está no trem, no metrô ou no elevador”, compara.

Alberto Pereira segue uma corrente de arte que utiliza o papel como ferramenta e plataforma de expressão. Seus trabalhos já foram apresentados em exposições individuais e coletivas, festivais de arte digital e urbana, feiras de arte contemporânea em países como Argentina, Brasil, Egito, França, Itália e Líbano.


“Eu desgosto da palavra urbano, porque ela engloba tudo o que não tem categoria, como dança urbana, música urbana. Eu prefiro chamar de arte pública, que está disponível para todo mundo, seja dentro ou fora da galeria, ainda que exista uma resistência para entramos num circuito tradicional de arte”, lamenta. “O artista que faz arte pública, ao mesmo tempo que ele faz um carinho na cidade, ele machuca também”, acrescenta.




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