Pele de Rua (2022 - )
A pele de rua é o relevo da cidade. Descamação urbana. Caso, descaso e casamento. O papel reutilizado é a pele. O papel é a pele. Pele de rua.
Alberto Pereira tem como trabalho principal a colagem. Explorando esta linguagem digital e física para composição de seus trabalhos, buscando esmiuçar os sentidos tradicionais atribuídos às imagens, seus significados, simbolismos e valores, criando obras múltiplas que questionam e subvertem seus sentidos originais, atribuindo às imagens novas poéticas e configurações.
“Pele de Rua”, pesquisa que parte da investigação da rua como corpo estético a ser elaborado e evidenciado, dada as particularidades da rua como estrutura física e de funcionamento orgânico constituinte da cidade, como um organismo vivo provocado pela ocupação e intervenção humana. Pereira em seu processo de pesquisa armazena diferentes sobras de papéis oriundos de seus trabalhos de intervenção urbana com o lambe-lambe, coletando e armazenando também outros papéis disponíveis pela cidade, seja de outros lambes e cartazes descolados da parede, e embalagens de papel.
Com os papéis coletados o artista os recicla por um processo artesanal de reaproveitamento, resultando em papéis de texturas e cores variadas, construindo uma sutura do que seria a “pele” da rua. As diferentes “peles” podem ser utilizadas em recortes e combinadas ou não com outras técnicas, para realização de obras artísticas em suportes variados, como em telas, resultando em composições diversas.
Aline Moraes