2024
DOMINGAS
“Domingas”, obra que ocupa 21m² da Calçada da Fama, em Teresópolis, e que explora o descanso como direito e reflexão. Inspirado pelo poema de Miró da Muribeca — “as pessoas estão passando para mais uma segunda-feira / eu sentado no banco da praça ainda sou domingo” — o artista reimagina duas mulheres negras, cujas imagens de arquivo as mostravam em posição subalterna, e as coloca em uma nova narrativa sobre o descanso. Criada na técnica do lambe-lambe, a obra faz parte da exposição “Memórias Habitadas”, que integra o Festival Sesc de Inverno, e ficará exposta até sua deterioração natural. A mostra tem curadoria de Barbara Copque, Letícia Puri e Roberta Mathias, com consultoria de Ana Paula Alves Ribeiro.
A mostra, que integra a programação do Festival Sesc de Inverno, reúne um grupo de artistas que se propõe pensar memórias e arquivos para além de leituras historicamente consolidadas. As obras poderão ser conferidas pelo público até outubro (veja o cronograma por unidade abaixo). A entrada é gratuita e pode ser acompanhada por mediadores.
O que pode um arquivo? Como seus acervos são narrados e tutelados? Onde fica a fronteira do que aconteceu e do que foi inventado? Essas são algumas inquietações que a exposição traz ao público a partir das obras de diversos de artistas de vários estados do país. Exibida concomitantemente nas três unidades do Sesc, “Memórias Habitadas” tem curadoria de Barbara Copque, Letícia Puri e Roberta Mathias e consultoria de Ana Paula Alves Ribeiro, e reúne trabalhos de 21 artistas: Alberto Pereira, Alessandro Fracta, Alice Yura, Asmahen Jaloul, Bruno Gari, Domeio, Eliana Alves Cruz, Gê Viana, Joelington Rios, Marina Feldhues, Mariana Maia, Mayara Ferrão, Mbé, Pérola Santos, Rona, Roberta Holiday, Rodrigo Ribeiro-Andrade, Silvana Marcelina, Tayná Uràz, Xadalu Tupã Jekupé e Yoko Nishio.
“Nas diferentes galerias e transbordando além de seus espaços físicos, propomos conjuntos que ativam recordações e convidam a pensarmos o que está presente, mas também o que está fora dos arquivos. As obras se conectam ao pensamento crítico da escritora Saidiya Hartman que, diante das incompletudes cristalizadas dos arquivos, nos perguntam: “o que há mais para saber?” e nos conduzem a um desaprender, a um exercício de escutas, colagens e narrativas que mesclam histórias pessoais e fabulações, onde os afetos e a beleza insurgem para contestar os silenciamentos e apagamentos dos arquivos oficiais”, declararam as curadoras.
Fotos: Brener Morais
Ficha Técnica:
Arte: Alberto Pereira
Assistentes de colagem: Elisa Amorim e Tatiana Moulin
Curadoria: Barbara Copque, Letícia Puri e Roberta Filgueiras Mathias
Consultoria: Ana Paula Alves Ribeiro
Produção Executiva: Damares Chueng
Assist. Produção Executiva: Rafael Souza
Produção Audiovisual: Brener Morais
Realização: SESC Rio
Comunicação: Mariana Barboza (Aborda)
Agenciamento: Carolina Herszenhut (Aborda)