Complexo de Vira-lata

Complexo de vira-lata é o nome da obra em lambe-lambe instalada durante a exposição NALUTANALATA, realizada em Brasília no Museu Nacional da República. Ela exibe um cachorro caramelo SRD (sem raça definida), popularmente chamado no Brasil de "vira-lata", à margem da entrada principal do museu. A obra é uma proposição à inúmeras reflexões condicionais, de limitações, cenários, lugares sociais, não-lugares em que artistas produtores de arte pública, ou a dita "arte urbana", especialmente no Brasil, experienciam enquanto agentes e participantes de eventos, projetos institucionais, negociações, oportunidades, exposições artísticas etc. 

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Complexo de vira-lata é uma expressão e conceito criada pelo dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, a qual originalmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção Brasileira foi derrotada pela Seleção Uruguaia de Futebol na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã. Para Rodrigues, o fenômeno não se limitava somente ao campo futebolístico: Por "complexo de vira-lata" entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima.¹

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Quando o selo "urbano" convém? Qual é o limiar entre a arte dita urbana e a contemporânea? A não valorização deste tipo de arte à caracterizaria como uma arte marginal ou "vira-lata" no cenário das artes visuais? Quando o "cachorro" está autorizado à entrar na festa? Onde se encontram e se perdem as escolhas que permitem aos artistas visuais obterem recursos financeiros de instituições para realizarem suas obras? Quando a oportunidade é escárnio? Quando o escárnio pode ser ressignificado? Tudo isso não passa de complexo de vira-lata? 

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¹ Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_de_vira-lata